quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Realization

Aos leitores que sabem mais, muito mais de mim do que eu mesma, e que por este motivo já sabem a dura verdade a respeito do “relacionamento” por trás de grande parte dos posts publicados aqui até hoje: não percam seu tempo lendo este texto. Ele só traz revelações bombásticas para uma pessoa, a mais desinformada a respeito dos meus sentimentos e reais motivações, a que menos entende e a que mais tem a aprender sobre quem eu realmente sou, a única que havia se negado a enxergar o que já está mais claro que o próprio sol, a única que pode dizer, sem medo de ser feliz, que “vestiu a camisa” e foi cabeça-dura até o fim:

Eu mesma.

Better late than never: venho aqui dividir comigo mesma (e com aqueles que, apesar do aviso anterior, continuaram nesta página por pura curiosidade) a seguinte realization: até hoje não amei (tomando por “amor” aquele que é o mais nobre dos sentimentos), mas promovi, em minha mente perturbada, meu sentimentalismo baixo, baixíssimo, ao posto de sentimento nobre. Citei Yeats em um post sobre a saudade da tal baixeza, ou seja: citei Yeats (YEATS!) para ilustrar um post oriundo de um “sentimento” baixo ao quadrado!


Depois de todo este horror, é Janet Leigh quem grita?

Só hoje estou encarando prá valer a minha cegueira, já tantas vezes citada em tantas conversas com tantas pessoas, que gostam (ou gostavam) de mim em maior ou menor grau... A minha burrice – ah! que golpe no meu orgulho admitir que aqueles ecos de “burra, burra, burra... anta, anta, anta...” procedem, e muito! – de insistir em uma mentira colossal, em acreditar que o apego, a obsessão, a competição, faziam parte de algo maior, mais sublime, quando na verdade eram apenas os sinais mais explícitos de um processo de coisificação, em que “a razão do meu afeto” nada mais é do que um objeto, do que um produto da minha imaginação, projeção do meu desejo de posse... do sentimentalismo baixo, do sentir pequeno.

Não me arrependo de ter desejado quem desejei, nem da forma baixa como o fiz. Só acho, hoje (com um pequeno atraso...), que eu não precisava ter negado isso, nem ter distorcido os fatos, para que a minha obsessão se passasse por “amor”.

E no meio dessa estrumeira toda, eu ainda consigo me sentir ótima. Não me canso das minhas próprias surpresas.

3 comentários:

Tüppÿ disse...

"E no meio dessa estrumeira toda, eu ainda consigo me sentir �tima. N�o me canso das minhas pr�prias surpresas."

Isso � bom.

Certo? xD

João disse...

Lia, você é linda.

Anônimo disse...

Johnny! Você por aqui!

Obrigada! Encerrar um dia de trabalho chuvoso e frio com um elogio desses melhora o humor de qualquer (i)mortal...

Isso é bom, sim, Tuppy. É ótimo. É quase tão bom quanto palha italiana e um suco de tomate com bastante tempero logo no café da manhã, antes de sair de casa. Quando vou ter um luxo desses, hein?

Tenham um final-de-semana fora do comum, desde já.

E voltem sempre; em breve colocarei chá e biscoitos de aveia para acompanhar!