domingo, 28 de outubro de 2007

The apple of my eyes

http://www.buzznet.com/www/search/videos/armwrestling/2561993/ville-armwrestling-with-an-mtv-host/?p=1

"It's a rented apartment. If you wanna pay for the rent, yes, sure."
.
Não resisti. É um vídeo bem mundano, admito, mas nele, Ville Valo está divino, simplesmente. Está, em outras palavras, mais escorpiano do que nunca. Isso compensa.

Tecnicamente falando, Valo não é de Escorpião. Tem ascendente em Escorpião, mas não é de Escorpião. Nasceu dia 22 de novembro, e é comprovadamente sagitariano (signo dominante com 52,4%), e duplo, ainda por cima (Sol e Lua em Sagitário).

*pausa para as devidas náuseas*

Um dia de atraso faz toda a diferença... Mas deixemos de lado esses detalhes irrelevantes: o olhar de Ville Valo neste vídeo é fora do comum. É inebriante. Hipnotiza. E as tiradas, então? Que charme. A risada é sagitariana, mas o humor, pelo menos aí, é escorpiano. A VJ desmiolada ria feito uma hiena, mas as únicas coisas engraçadas eram os comentários dele, com aquele tom sério de quem tira com a cara dos outros sem que os mesmos percebam.

Nessas horas, eu até perdôo a moça por ter perdido o rumo.

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Mudando de assunto: é a segunda vez em pouco tempo que visito um blog e acabo lendo um texto sobre escolhas. Aproveito para comentar por aqui.

Fazer escolhas é fácil. Difícil é encarar as conseqüências.

Digo e repito: escolher é fácil. Do momento em que acordamos até o momento em que voltamos para debaixo das cobertas, fazemos escolhas do mais variado nível de complexidade. Escolhemos levantar para ir trabalhar ou estudar em detrimento à escolha mais gostosa (pelo menos para mim), que é a de permanecer na cama, escolhemos a cor das nossas meias, o nosso penteado e o nosso almoço. Até quando já está tudo "escolhido", podemos aceitar o que escolheram para nós, ou não. Escolhemos a hora de falar, de ouvir música e de pensar em coisas sérias, de namorar e de acabar com namoros. Escolhemos a hora de fazer escolhas, e às vezes escolhemos não fazer escolha alguma. A verdade é que, o tempo todo, nós escolhemos.

Quando um caminhão vem em sua direção, você fica em dúvida entre continuar ou voltar e, por não conseguir decidir entre uma e outra, acaba atropelada, você se absteve de uma escolha, mas não conseguiu fugir da outra, aquela que estava bem escondida no seu subconsciente: tomar uma decisão e andar ou deixar tudo como está, ficando parada no meio da estrada?

Podemos estar cientes ou não das escolhas que fizemos, ou podemos achar que não tivemos escolha. Podemos ainda achar que não sabemos escolher, mas o fato é que, capazes de escolhas, todos nós somos. Do que alguns de nós se consideram incapazes é de arcar com as conseqüências e resistir aos baques - obviamente, partes da equação infinitamente mais problemáticas.

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Miranda Priestly: I never thought I would say this, Andrea, but I really, I see a great deal of myself in you. You can see beyond what people want, and what they need and you can choose for yourself.
Andy Sachs: I don't think I'm like that. I couldn't do what you did to Nigel, Miranda. I couldn't do something like that.
Miranda Priestly: You already did. To Emily.
Andy Sachs: That's not what I... no, that was different. I didn't have a choice.
Miranda Priestly: No, no, you chose. You chose to get ahead. You want this life. Those choices are necessary.
Andy Sachs: But what if this isn't what I want? I mean what if I don't wanna live the way you live?
Miranda Priestly: Oh, don't be ridiculous. Andrea. Everybody wants this. Everybody wants to be us.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"All art is quite useless"

INSPIRAÇÃO?

“Sou um bom artesão. Trabalho bem com as palavras. Só que às vezes vem um lampejo, uma idéia luminosa – e esse lance eu não domino. Por esse eu não respondo. Respondo pelo artesanato, tenho consciência do meu potencial. Mas os momentos mágicos – estes me surpreendem.”

Chico Buarque, sobre a arte de compor.
(retirado do artigo "Inspiração ou Transpiração na Música Popular Brasileira?", por Renato Vivacqua)


TRANSPIRAÇÃO?

"Diante de um poema, sente-se bem que há pouca chance de que um homem, por mais bem-dotado que seja, possa improvisar para sempre, sem outro trabalho além daquele de escrever ou de ditar um sistema contínuo e completo de criações felizes. Como os vestígios do esforço, as repetições, as correções, a quantidade de tempo, os dias ruins e os desgostos desapareceram, apagados pela suprema volta do espírito para sua obra, algumas pessoas, vendo apenas a perfeição do resultado, considera-la-ão o resultado de uma espécie de prodígio, denominado por elas INSPIRAÇÃO. Fazem, portanto, do poeta, uma espécie de médium momentâneo. (...)
Na verdade, existe no poeta um tipo de energia espiritual de natureza especial: ela se manifesta nele revelando-o a si mesmo em certos minutos de preço infinito. Infinito para ele... Estou dizendo: infinito para ele, pois a experiência ensina que esses instantes que nos parecem de valor universal às vezes não têm futuro e levam-nos finalmente a meditar sobre a sentença: o que vale apenas para um nada vale. É a lei implacável da Literatura."

Paul Valéry, sobre a arte da poesia.
(retirado do ensaio "Poesia e pensamento abstrato", incluído no livro "Variedades" -São Paulo, Iluminuras, 1991)

O ARTISTA

"The artist is the creator of beautiful things.
To reveal art and conceal the artist is art's aim.

(...)

No artist desires to prove anything. Even things that are true can be proved.
No artist has ethical sympathies. An ethical sympathy in an artist is an unpardonable mannerism of style.
No artist is ever morbid. The artist can express everything."

Oscar Wilde, sobre o artista.
(Prefácio de "The Picture of Dorian Gray")


LIVROS E UM CONSELHO

"There is no such thing as a moral or an immoral book. Books are well written, or badly written.
That is all."

Oscar Wilde, ainda no prefácio de Dorian Gray.



Neil Gaiman, para os aspirantes a escritores.

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Apenas alguns recortes avulsos, sobre temas que vêm ocupado a minha mente, o que não é lá muito pertinente na minha atual situação. Afinal, enquanto meus pensamentos voam, falta UM MÊS para o vestibular e eu ainda nem toquei nas minhas apostilas. Ou melhor, toquei sim - para apagar as respostas que nelas deixei há uns cinco anos. Ah! E somente hoje peguei a lista das leituras obrigatórias:

Auto da barca do inferno – Gil Vicente;
Memórias de um sargento de Milícias – Manuel Antônio de Almeida;
Iracema – José de Alencar;
Dom Casmurro – Machado de Assis;
A cidade e as serras – Eça de Queirós;
Vidas secas – Graciliano Ramos;
A rosa do povo – Carlos Drummond de Andrade;
Poemas completos de Alberto Caeiro – (heterônimo de Fernando Pessoa);
Sagarana – João Guimarães Rosa

Acho que o "Sagarana" é o único que eu não tenho, mas amanhã penso nisso. Amanhã bem cedo, diga-se de passagem... um dia ainda me acostumo a acordar às 5:30 da manhã em pleno sábado.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Realization

Aos leitores que sabem mais, muito mais de mim do que eu mesma, e que por este motivo já sabem a dura verdade a respeito do “relacionamento” por trás de grande parte dos posts publicados aqui até hoje: não percam seu tempo lendo este texto. Ele só traz revelações bombásticas para uma pessoa, a mais desinformada a respeito dos meus sentimentos e reais motivações, a que menos entende e a que mais tem a aprender sobre quem eu realmente sou, a única que havia se negado a enxergar o que já está mais claro que o próprio sol, a única que pode dizer, sem medo de ser feliz, que “vestiu a camisa” e foi cabeça-dura até o fim:

Eu mesma.

Better late than never: venho aqui dividir comigo mesma (e com aqueles que, apesar do aviso anterior, continuaram nesta página por pura curiosidade) a seguinte realization: até hoje não amei (tomando por “amor” aquele que é o mais nobre dos sentimentos), mas promovi, em minha mente perturbada, meu sentimentalismo baixo, baixíssimo, ao posto de sentimento nobre. Citei Yeats em um post sobre a saudade da tal baixeza, ou seja: citei Yeats (YEATS!) para ilustrar um post oriundo de um “sentimento” baixo ao quadrado!


Depois de todo este horror, é Janet Leigh quem grita?

Só hoje estou encarando prá valer a minha cegueira, já tantas vezes citada em tantas conversas com tantas pessoas, que gostam (ou gostavam) de mim em maior ou menor grau... A minha burrice – ah! que golpe no meu orgulho admitir que aqueles ecos de “burra, burra, burra... anta, anta, anta...” procedem, e muito! – de insistir em uma mentira colossal, em acreditar que o apego, a obsessão, a competição, faziam parte de algo maior, mais sublime, quando na verdade eram apenas os sinais mais explícitos de um processo de coisificação, em que “a razão do meu afeto” nada mais é do que um objeto, do que um produto da minha imaginação, projeção do meu desejo de posse... do sentimentalismo baixo, do sentir pequeno.

Não me arrependo de ter desejado quem desejei, nem da forma baixa como o fiz. Só acho, hoje (com um pequeno atraso...), que eu não precisava ter negado isso, nem ter distorcido os fatos, para que a minha obsessão se passasse por “amor”.

E no meio dessa estrumeira toda, eu ainda consigo me sentir ótima. Não me canso das minhas próprias surpresas.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Com saudade


Never give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.

William Butler Yeats


Estou esgotada. Será a Síndrome de Burnout dando seus primeiros sinais?
.
Acabei de ler um artigo denominado "Canibalismo: da cultura à perversão", e senti alguma coisa estranha, que não tinha nada a ver com repulsa, e sim... com saudade. O poema de Yeats me veio à cabeça e eu resolvi postá-lo aqui, porque este texto, canibalismo e sadismo (sadismo, sadismo...) estão interligados por lembranças nem tão remotas assim. Suspeito. Talvez um dia desses eu considere postar aqui o que está se passando na minha cabeça neste exato momento.
.
And we move on.
.

Celeuma

Diz o Wikcionário, a respeito do verbete "celeuma":

ce.leu.ma feminino (plural: celeumas)

1. Canto dos remadores enquanto trabalham.
2. (Por extensão) Vozearia de pessoas no trabalho;
3. (Por extensão) Gritaria, algazarra;
4. (Figurado) discussão fervorosa.

Etimologia:
Do grego κέλευσμα (canto de remadores), pelo latim celeuma.


Dou três exemplos:

a) Houve celeuma ao fim da aula, quando a música "Sunspots", do venerável Trent Reznor, encerrou as atividades e convidou a todos para uma polêmica "fuck in the fire".

b) A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é sempre motivo de celeuma, longas esperas e dores nas costas.

c) "Guitarrista volta à sua cidade natal depois de ser abandonado pela namorada e causa celeuma"

Quanto ao primeiro, meus agradecimentos ao Eduardo, que levou a música, as letras e até me ofereceu o "With Teeth" antes de ir embora. Estava torcendo para que ele tivesse levado "Closer" (teria sido a atividade de "Fill the gaps" mais memorável de todos os tempos!), mas a escolha de "Sunspots" foi acertada. Eis aí uma música do Mr. Self-Destruct que eu sempre evitei, por uma combinação de motivos. Depois de ouvi-la umas três vezes na quinta, porém, percebi que ela é boa, aliás - MUITO boa. Ainda não entrou na minha lista de favoritas, mas quem sabe? Quem vai saber?

Passemos à Mostra, finalmente, mas sem muito entusiasmo. A verdade é que, para quem não é fanática por cinema, nem é tão apaixonada pela produção francesa, vai às sessões desacompanhada e que, por essa razão, não vê a menor graça em ficar uma hora na fila, em pé, esperando por um filme que não valeu a sua dor nas costas (como, pelo visto, acontece na maioria dos casos), é muita celeuma para pouco doce. See what I mean?

Não, não quero dizer que a Mostra pode acabar sendo uma enorme perda de tempo para a humanidade. É uma perda de tempo para mim, a única pessoa com quem preciso me preocupar. Não estou particularmente interessada em ficar me deslocando com horas de antecedência para o centro da cidade (sem ter certeza se conseguirei comprar ingressos ou não), esperar outros tantos minutos em uma fila cheia de gente contando o final dos filmes que eu ainda não vi, para passar mais não sei quanto tempo assistindo aquele filme iraniano mudo (mas com legendas em três línguas!) que a crítica adorou e que eu, simplesmente, não veria novamente a não ser que me pagassem (e muito bem) para isso.

Essas foram as minhas conclusões depois do meu primeiro dia (último, talvez?) na Mostra.

Na sexta, enquanto o pessoal daqui foi para o Farol, um bar que não fica muito longe, eu fui para o IG Cine, assistir "O Império dos Sonhos", do Lynch. Há...! Perdi a viagem. Os ingressos já estavam esgotados. No dia seguinte, resolvi pagar para ver "Não toque no machado", filme que três entre três cinéfilos dizem ser imperdível. 36 graus na Avenida Paulista, de onde já se via a fila para o Espaço Unibanco, na Augusta. Nem precisava dizer: havia chegado tarde, mais uma vez.

Terceira tentativa, ainda no sábado: "A Questão Humana", às 17:30, no Cinesesc. Consegui os ingressos... às 13:30. Aproveitei para comprar também a entrada para "Sombras", de Milcho Manchevski (é, aquele mesmo de "Antes da Chuva", um filme que assisti há uns anos e que me impressionou bastante), e fui para a Livraria Cultura do Conjunto Nacional enrolar um pouquinho. Para quem não a conhece, eis uma foto:

Voltei para o cinema por volta das 17:00, e fiquei 50 minutos na fila. Duas horas e meia depois, o filme não me impressionou. Okay, até que impressionou, mas não faz o meu gênero. Tanto é que, logo na saída, um moço me perguntou se eu já havia assistido alguma coisa que valesse a pena e a minha resposta foi bem simples: "Ainda não". "E qual era o nome do filme?" Olhei para ele com um olhar meio vago. "Não lembro..."

Memória seletiva.

"Sombras" não me despertou tanto interesse quanto "Antes da Chuva", mas tem uma trama bem amarrada. A narrativa se arrasta uma vez ou outra, mas o que achei mais bacana nos dois filmes é que ambos mostram uma face da Europa que nós raramente conseguimos (ou queremos) identificar: a parte miserável, feia, suja, desumana. Neste aspecto, ambos são surpreendentes.

Quando cheguei ao ponto de ônibus, já passava da meia-noite. Tirei meu "Guia da Mostra" e dei uma olhada rápida nas sessões dos próximos dias. Achei curiosa a sinopse de um deles, "Nem Pensar!", que é justamente o exemplo número 3, lá em cima. Parece ou não parece uma comédia? Então, isso aí é uma coisa bem típica do circuito alternativo: você resolve ir ver um tipo de filme e acaba assistindo outro. Pesquise sempre para não se decepcionar. Quer uma comédia? Pesquise. Foi o que eu fiz, e vejam o que encontrei:

"NEM PENSAR! - Stefano Nardini toca música desde os cinco anos. Depois de sair do Conservatório de Música, se torna uma razoavelmente bem-sucedida estrela de punk rock. Aos 36 anos, vai tocar em uma banda em que a maioria dos músicos é jovem. Ele sequer tem uma cama de verdade para dormir ou uma namorada. Tudo o que sobrou foi sua guitarra e um carro cujas portas sempre abrem. Então chega a hora de voltar para a sua família, que não vê há muito tempo, e pensar na vida. Em casa, tudo mudou. Seu pai, depois de ter sofrido um ataque cardíaco, agora só joga golfe. Sua mãe vai a encontros de auto-ajuda. Michela, sua irmã mais nova, deixou tudo para trás a fim de trabalhar em um aquário de golfinhos, e ainda há Alberto, seu irmão mais velho, que ficou com a terrível responsabilidade de manter a família viva, tocando a fábrica deles, que produz cerejas em compotas. Surpreendido por uma série de revelações e descobertas, Stefano se vê relutante em tomar conta de tudo e de todos."

Ou seja, É uma comédia. Mas dramática.

See what I mean? Celeumas do circuito alternativo...

domingo, 21 de outubro de 2007

Carta ao Prefeito

São Paulo, 21 de outubro de 2007

Exmo.Sr.

Gilberto Kassab

Prefeito da Cidade de São Paulo



Excelentíssimo Prefeito,

Venho, por meio desta, comunicar minha genuína preocupação com o trânsito caótico da cidade de São Paulo e, por conseguinte, oferecer a V. Excia. possíveis (ainda que custosas) soluções para um dos nossos maiores problemas atuais.

Ao me ver presa em um congestionamento às 7:20 da manhã de um sábado na Avenida Ibirapuera (quase esquina com a Rua Borges Lagoa) e de passar por experiência parecida por volta das treze horas do mesmo dia, porém, desta vez, na estação de metrô do Tatuapé, em que enfrentei novo congestionamento (não de trens ou qualquer outro veículo, e sim de pessoas), percebi que novos investimentos na malha metroferroviária e na frota de ônibus urbanos não serão, afinal, suficientes para sanar a crise do transporte em São Paulo.

Com base em uma pesquisa minuciosa que levou em consideração um estudo demográfico e as atuais condições das vias públicas da capital paulista, elaborei a seguinte lista com as opções que, ao meu ver, teriam as maiores chances de aliviar o trânsito de São Paulo e proporcionar transporte de qualidade para todos.

Opção número um: palestra e cursos gratuitos de teletransporte e vôo com Hiro Nakamura e Nathan Petrelli, respectivamente.

Hiro Nakamura, aclamado mundialmente pela sua capacidade de dobrar o espaço-tempo, poderia dividir seus conhecimentos com a população paulistana, que não mais dependeria do transporte público para se locomover até o trabalho ou a creche das crianças, por exemplo. Já Nathan Petrelli, exímio homem-voador, poderia ministrar cursos de vôo às terças e quintas no Campo de Marte, para maiores de idade que não sofressem de problemas cardíacos ou acrofobia e que sempre sonharam em chegar à avenida Paulista de helicóptero para fugir do trânsito, mas nunca tiveram dinheiro para tanto.

Vantagens:
* sucesso no desenvolvimento do projeto poderia extinguir de uma vez por todas o fracassado modelo de "transporte coletivo" em São Paulo.
* as viagens seriam mais curtas, menos estressantes e as empresas experimentariam aumento na produtividade, uma vez que seus empregados não mais se atrasariam por terem ficado "presos no trânsito".

Desvantagens:
* tal medida pode provocar um motim dos controladores de tráfego aéreo, que atualmente já se sentem sobrecarregados e mal-pagos e não agüentariam o aumento na carga de trabalho, acidentes e reclamações que os novos "vôos" representariam.
* nas andanças pelo espaço-tempo, sempre há chance de falhas em que o indivíduo envolvido pode, por acidente, se teletransportar para a época em que Paulo Maluf ou Celso Pitta era prefeito, e não conseguir voltar ao tempo presente devido a "reações emocionais adversas".
* tanto Nakamura quanto Petrelli alertam que suas habilidades têm origem genética e que cursos ministrados podem não render os resultados esperados, a não ser que as autoridades responsáveis estejam dispostas a investir o equivalente a um bilhão de dólares em pesquisas, camarins com oitenta e nove toalhas brancas, chocolates importados e TV a cabo, além de uma limusine sempre à disposição.


Opção número dois: produção em massa de pranchas voadoras e outros aparatos utilizados por celebridades como o Surfista Voador e o Duende Verde.
Além de independência e rapidez no deslocamento, o usuário ganha estilo e design sem poluir o ambiente.

Vantagens:
* as mesmas da opção anterior


Desvantagens:
* há chances de a população de pombas, pardais e outras aves nativas juntar-se ao motim dos controladores de tráfego aéreo, temendo um aumento na taxa de mortalidade devido a manobras irresponsáveis de "surfistas" bêbados ou sem habilitação.
* quando indagados sobre sua participação no projeto, tanto o Surfista Prateado quanto o Duende Verde disseram que não vão cooperar e só emprestam seus meios pessoais de transporte para maiores pesquisas mediante contrato em que conste a aposentadoria definitiva do Quarteto Fantástico e do Homem-Aranha.


Opção número três: inauguração da Nave Enterprise fazendo a ligação entre a Zona Sul e o Centro interligada ao sistema do Bilhete Único.
Uma população de grandes proporções não deve se contentar com Fura-Filas e similares de pequeno porte. Além de espaçosa, a velha e boa Enterprise possui a infra-estrutura em que o transporte coletivo de São Paulo sempre deixou a desejar: banheiros limpos, bilheterias eficientes e assentos para todos.

Vantagens:
* todos os compartimentos possuem ar condicionado, música ambiente e assentos forrados com vinil.
* na hora do rush, usuários podem assistir a encenações gratuitas de Jornada nas Estrelas, e nas viagens após a meia-noite, episódios censurados da série que revelam (de forma bastante explícita) a verdadeira natureza do relacionamento entre Spock e Kirk.
* graças a inovações e mudanças no modelo original, calcula-se que é possível que boa parte da população móvel de Santo Amaro, Interlagos e Capão Redondo embarque na mesma viagem, sem aperto ou espera.


Desvantagem:
* o projeto exige que V. Excia. transforme o nosso sambódromo em um estacionamento exclusivo para a Enterprise (um preço justo, já que o carnaval de São Paulo não costuma ser lá dessas coisas...)


No caso de as autoridades responsáveis não aprovarem tais projetos, sugiro ainda que o nosso ultrapassado rodízio de carros dê lugar à uma medida bem mais eficiente e garantida: o rodízio de pessoas. Funcionaria assim: às segundas-feiras, estariam proibidas de sair de casa, seja para ir à escola ou ao médico, trabalhar ou fazer compras, as pessoas cujo RG ou RNE terminasse com o dígito 1 ou 2; nas terças, com 3 ou 4, e assim sucessivamente. Obviamente, os maiores investimentos de V. Excia. seriam em fiscalização, e como acredito que o problema da corrupção e falta de valores infelizmente não vai ser resolvido durante seu mandato, aconselho que confie mais nas máquinas do que nos seres humanos que estarão a seu dispor.

Agradeço a atenção e fico no aguardo de uma resposta.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Six Months Later...

Coisa curiosa.

Desde que passei pelo blog da Tuppy, na terça-feira (dia 16/10), a idéia de voltar a escrever em um blog (apesar dos fracassos anteriores) me levou a mentalizar meia dúzia de rascunhos para o "texto de abertura" do dito cujo. Minha intenção era começar a escrever na quarta mesmo, mas não tive tempo e nem disposição. Sabia apenas que ele deveria incluir assuntos como Chico Buarque, o trânsito caótico de São Paulo e o misterioso fim (?) de Peter Petrelli, além de alguma menção aos eventos mais recentes... Até fotos da Ilha do Mel eram uma alternativa.

Acontece que ontem também foi um dia conturbado. Hoje, meu dia de folga não-oficial, resolvi parar de enrolar e fui para a página do blogger criar meu novo diário virtual. Tentei me logar com outros dois e-mails antes de chegar a este aqui, e perceber que, afinal, eu nem precisaria criar um novo blog.

The Plague's Diary estava esperando por mim.

Foi muito esquisito, para dizer o mínimo, reler o único texto que postei aqui, há mais de seis meses. Mais estranho ainda é que, como que para cumprir uma profecia, eu retorno a este mesmo texto, com vídeo do Brilho Eterno e tudo, para postar, justamente, o desfecho de toda uma estória que já havia, no dia 7 de setembro de 2007, completado um ano de idade.

É, that ship has sailed. And then it sank. There were no survivors.

Não acabou com notícias de noivado, nem com conversas civilizadas. Acabou com intrigas, com insultos e com falta de respeito, como não poderia deixar de ser. Acabou com gente que eu desprezava me lembrando do porquê do meu desprezo, e gente que eu até então não desprezava me mostrando que não há motivos para eu lamentar a inevitável separação, e sim comemorá-la.

Acabou porque, pela primeira vez nesses mais de 400 dias de teimosia, eu finalmente me rendi à libertadora verdade de que você não pode esperar que as pessoas mudem, e nem tentar mudar para que os outros fiquem mais felizes.

Acabou, enfim, porque não há mais nada a ser dito.

Além desta providencial "resolução de pendências", o que também acho curioso é que hoje passei pelo blog da Tuppy e li o que ela andou escrevendo por lá... Mein Gott, que déjà vu!

Mas mudemos de assunto, porque o prazo de validade deste já era.

Ontem à noite, me chamaram para peregrinar por alguns bares da Vila... Ó, dúvida cruel! É tentador sair com as meninas, mas meu tempo é curto (acordo às 5:30 amanhã, não posso abusar) e para agravar a situação, às 22:20 vai passar "O Império dos Sonhos", do David Lynch, lá na Fradique Coutinho...

Ah, apenas para que conste dos autos: já estou me programando para a Mostra Internacional de Cinema, mas deixo os detalhes para um próximo post porque agora preciso ir trabalhar.

A todos que passaram por aqui, até!